20ª OBMEP celebra duas décadas de transformação na educação do país

 

Após homenagear marcos importantes da cultura e ciência brasileiras, como a Semana de Arte Moderna e os cientistas Alfred Wallace, Joana Döbereiner e César Lattes, a 20ª edição da OBMEP celebra, em 2025, sua própria história! Uma história marcada por duas décadas de transformações e impactos profundos na educação brasileira. 

Para representar os 20 anos da maior Olimpíada Científica do mundo em número de participantes, a OBMEP produziu uma releitura da Faixa de Möbius, logomarca do IMPA. Preenchida com imagens dos temas de edições anteriores, a nova versão da faixa simboliza o caráter contínuo e transformador da Olimpíada. A Faixa de Möbius, com sua superfície infinita, pode representar também o importante ciclo de aprendizado que a OBMEP proporciona: uma jornada constante de crescimento, repleta de oportunidades ‘infinitas’, conectando diferentes realidades e promovendo a união entre alunos e escolas de diversas regiões do Brasil.

A cada edição, a competição se fortalece e expande, impactando ainda mais a educação brasileira e reafirmando seu papel essencial no desenvolvimento de jovens talentos, como conta Natália Lopes, medalhista, professora de matemática e mestranda da UFPI (Universidade Federal do Piauí). “Foi graças as medalhas e as bolsas que a OBMEP oferece que eu realizei meu maior sonho de fazer a graduação. É uma Olimpíada que vai muito além da matemática, ela cria oportunidade e transforma vidas.”

De uma família de lavradores, Natália foi estudante da rede pública de Cocal dos Alves – município com seis mil habitantes, a quase 300 km de Teresina, no Piauí. Por conta da sua trajetória na OBMEP, ela foi beneficiada pelo PIC (Programa de Iniciação Científica Jr.) durante os anos escolares e depois, pelo PICME (Programa de Iniciação Científica e Mestrado), no período da graduação. Além das aulas avançadas de matemática, as bolsas de estudo ajudaram no ingresso e na permanência da medalhista na faculdade. 

O conterrâneo de Natália, Sandoel Vieira, que hoje é professor de matemática na UFPI (Universidade Federal do Piauí), foi um dos estudantes que realizaram a primeira OBMEP. Aprovado para a segunda fase em 2005, sua primeira medalha, de ouro, foi conquistada no ano seguinte. Depois, ele ganhou mais dois ouros e dois bronzes. 

"A gente não tinha TV a cabo nem internet na cidade. Era tudo sempre igual. A Olimpíada foi algo diferente que apareceu, mas a gente achava que não teria a menor chance. A gente estudava na varanda da casa do professor Amaral, no tempo livre. Ele deixava tudo divertido e, mais importante, acreditou na gente quando nem mesmo a gente acreditava", contou Sandoval ao jornal Folha de S. Paulo em 2024.

Antônio Amaral, que foi professor durante 23 anos em Cocal, reitera a importância da olimpíada.“Com a OBMEP conseguir ajudar na transformação de vidas, criação de oportunidades e mostrar que a matemática também é lugar para nossos estudantes. Não é apenas uma competição. Ela pode revelar talentos, abrir portas para a universidade, programas de bolsas e ajudar no ingresso de carreiras que antes pareciam distantes para nossos estudantes. Por isso, diretores e professores, não deixem seus alunos de fora da 20ª OBMEP”, afirmou o professor. 

Olimpíada reúne mais de 18 milhões de estudantes por ano

Criada em 2005, a OBMEP reúne todos os anos mais de 18 milhões de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas e privadas. No ano passado, a olimpíada bateu dois recordes: número de escolas, com 55,3 mil instituições, e de municípios, com a incrível marca de 5.563 cidades - alcançando 99,87% dos municípios brasileiros. 

 

Para incentivar os estudos e a participação, a OBMEP distribui 8.450 medalhas nacionais, sendo 650 de ouro, 1.950 de prata e 5.850 de bronze, além de 51 mil certificados de menção honrosa. Os alunos premiados nacionalmente são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC) como incentivo e promoção do desenvolvimento acadêmico. A iniciativa oferece uma bolsa de R$ 300 aos participantes de escolas públicas que integram o programa. 

 

Desde o ano passado, a Olimpíada premia também os estudantes com melhor desempenho estadual. Pelo menos, 20,5 mil medalhas estaduais são distribuídas. 

 

A novidade deste ano fica por conta da premiação dos docentes, que são fundamentais para a formação dos alunos. Cerca de 950 professores premiados vão ganhar, além do diploma e de livro de apoio, uma medalha de ouro especial. Os professores premiados vão concorrer ainda a oito viagens: seis para a Cerimônia Nacional de Premiação da OBMEP 2026 e duas para o Encontro do Hotel de Hilbert. 


As inscrições para a 20ª OBMEP 2025 terminam nesta segunda-feira (17) no site. 




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