Escola Téc. Agrícola Joaquim L. de Queiroz, PB

 

O destino dourado de Puxinanã (PB) na OBMEP


O destino dourado de Puxinanã (PB) na OBMEP

 

O município paraibano de Puxinanã entrou no mapa da Matemática sem fazer alarde. A cidade agropecuária de pouco mais de 12 mil de habitantes mostrou que ter os números, as contas e as equações como aliados pode ser a porta de entrada para um futuro melhor.

 

Mas o excelente desempenho de seus alunos na OBMEP não foi à toa. Não fosse a dedicação dos professores e a força de vontade dos estudantes em superar os próprios limites, a história teria sido diferente. Da janela dos ônibus que os levavam da zona rural para a escola, os jovens enxergavam obstáculos além dos visíveis pelo percurso: em especial, a falta de apoio dos governos locais e a dependência das famílias de programas como Bolsa Família para garantir os recursos mínimos para sobreviver.

 

 

A inexistência de uma estrutura mínima de apoio, como a falta de computadores e acesso à internet, não brecou o desenvolvimento dos estudantes puxinanaenses. Segundo a diretora Ivone Dantas, da Escola Técnica Agrícola Joaquim L. de Queiroz, coube aos professores a missão de incentivar os alunos a ler e gostar de matemática. Não foi fácil.

 

 

Como a maioria dos pais dos alunos mal completou o ensino fundamental, o incentivo ao estudo não é natural. Para Ivone, nesse momento os programas sociais seguraram os jovens na escola, evitando assim a evasão. “Muitos alunos que não querem vir, mas são obrigados porque os pais recebem o benefício”, diz.

 

 

Os professores não desistiram. Em 2013, Joselito Elias de Araújo iniciou um trabalho específico para os alunos do colégio que participavam da OBMEP, com reuniões semanais para estudar para a prova. E a história mudou. “Comecei a trabalhar nessa escola em 2012. Antes disso, ela não participava da OBMEP porque não fazia a inscrição”, relata.

 

 

A escola teve os primeiros dois medalhistas de bronze e outro premiado com menção honrosa. Foi uma novidade empolgante, e a conquista despertou nos alunos a vontade de se dedicar à matemática. Daí para frente, Puxinanã virou destaque nacional. E o trabalho do professor Joselito foi reconhecido. Em 2015, ele foi um dos mestres premiados pela OBMEP.

 

 

Os bronzes aumentaram e as medalhas de prata e ouro foram uma questão de tempo. Os adolescentes do município passaram a enxergar além do horizonte e a sonhar com os bancos das salas de aula das universidades.

 

 

Sonhos em números

 

 

 

Beatriz Andrade Dinoa sempre gostou de matemática, mas não participava da OBMEP porque não conhecia e não havia divulgação na escola. Sem muitas pretensões, abocanhou uma medalha de bronze em sua primeira participação, em 2013. “Achei a segunda fase muito interessante. Passei a tarde mais brincando do que séria e tensa, como muita gente que vai fazer a prova, diz Beatriz.

 

Embora tenha ficado feliz com a medalha, ela considera a participação no Programa de Iniciação Científica Jr (PIC), que paga uma bolsa de R$ 100,00 aos alunos, como a principal experiência. “Foi o momento que mais me aproximei da matemática e conheci o outro lado dela”.

 

 

Aluna do curso técnico de edificações em obras no Sesi/Senai, Beatriz não participa mais da OBMEP. Fã do PIC e apaixonada por matemática, ainda tentou continuar como ouvinte, mas como mudou de escola, não pode participar do programa. Agora, ela pensa em seguir a vida entre números e equações, cursando Engenharia Civil.

 

 

Os números também tornaram Yago Kennedy Claudino, 12 anos, um aluno ambicioso. Em sua segunda participação na OBMEP, em 2015, ganhou a medalha de bronze e agora faz planos para novas conquistas: o ouro neste ano! Para ele, as aulas preparatórias para a olimpíada são uma diversão. Tanto que ele curte ir à sala de aula nas manhãs de sábado. Focado no ouro, considera que a OBMEP despertou seu interesse pela Matemática. “Vou estudar muito para isso.”

 

 

Estudar é o caminho

 

 

 

Nara da Silva Leal, 12 anos, também viu a vida mudar através da Matemática. Depois de uma primeira tentativa frustrada na OBMEP, preparou-se na segunda vez porque tinha o sonho de passar para segunda fase. Mal sabia que iria além. Medalhista de ouro em 2015, Nara recebeu bolsa de estudos em uma escola particular da cidade e viu o destino ganhar novas cores. Ela vê na OBMEP a porta de entrada para outro mundo: “Estudar para a OBMEP me fez melhorar na escola. A olimpíada traz conhecimento.”

 

Viviane Rodrigues Tavares quer seguir o caminho de Nara e vê na OBMEP uma oportunidade. Ganhadora do bronze em 2015, ela acredita que uma medalha de ouro lhe garantirá uma bolsa de estudo em colégio particular. A menina que sonha ser engenheira passou a gostar de matemática por causa da OBMEP e, hoje, é nesta matéria que tira as melhores notas. “Valeu muito a pena ter participado da olimpíada. Estudar matemática é se preparar para o futuro.”

 

 

A estrada dourada de Joicy Oliveira Dantas começou a ser trilhada em 2015, quando levou para casa o ouro na OBMEP. Entretanto, para a menina, a premiação teve sabor de superação. Joicy não confiava em seu potencial. Ledo engano. Dedicada, debruçou-se sobre livros e cadernos, participou das aulas especiais nos fins de semana e viu que tinha mais capacidade do que podia imagina. Ganhou ouro! Com a conquista, recebeu uma bolsa integral em um colégio particular e descobriu que pode ir além, basta acreditar em si mesmo. 

 




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