Com 28 medalhas, Escola de Coruripe (AL) é destaque na OBMEP

 

Instituição criou ‘Laboratório Olímpico de Matemática’ para incentivar estudantes


Em Coruripe, município de Alagoas de 57 mil habitantes, a Escola Municipal de Educação Básica Liege Gama Rocha escreve mais uma página de sua história com a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). Nesta edição, 39 alunos da unidade foram classificados para a segunda fase da competição e aguardam ansiosos pelo resultado do seu esforço e dedicação. A escola ganhou notoriedade no estado após conquistar 28 medalhas e 72 menções honrosas na competição, o que garantiu mais oportunidades aos estudantes premiados.

O professor Antônio Gonçalves Fernandes leciona a disciplina de matemática há 16 anos na Escola Liege Gama, e conta que a criação do Laboratório Olímpico de Matemática, em 2013, fez com que muitos alunos que se interessavam pela disciplina participassem de aulas mais aprofundadas no contraturno do horário escolar. “A proposta era deixar a disciplina mais divertida e prazerosa na construção do conhecimento do aluno, focando em sua aplicação. Ele  trilha um caminho que ele mesmo tenta construir, onde faz inferências, levanta hipóteses e tira suas conclusões de maneira independente, interagindo com outros colegas”, comenta.

Foi neste contexto que a aluna Rita Beatriz Lacerda, que à época cursava o 6º ano do Ensino Fundamental, teve a chance de explorar a matemática. “Desde sempre tive grande interesse, mas queria ir mais a fundo, saber o porquê de cada demonstração feita. Foi então que, em 2018, a escola me ajudou a ter certeza que a matemática pode ser linda e desafiadora”, afirma. A oportunidade mudou sua  maneira de ver a disciplina, conta a estudante. “Meu saber matemático se ampliou de uma forma inexplicável, fazendo com que eu quisesse cada vez mais estar junto da matemática, e isso foi me gerando muitas conquistas na OBMEP, como medalhas e muito conhecimento”, diz.

Rita coleciona menções honrosas e medalhas na competição, e está ansiosa para saber o resultado da olimpíada, que será divulgado em janeiro de 2022. “A prova da OBMEP requer que o aluno abra a mente para problemas jamais vistos, que explore, sinta curiosidade por problemas matemáticos e nunca se limite aos conteúdos mostrados em sala de aula”, comenta. Além de ter  adquirido conhecimento com os estudos, ela reconhece que o processo também lhe rendeu ganhos pessoais. “As competições me ensinaram a trabalhar em grupo, a querer ser melhor a cada prova, a controlar minha emoções, fazendo com que eu me tornasse uma pessoa melhor. Tive a honra de conhecer pessoas melhores que eu e aprender junto com elas”, conclui.

 




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O professor Antônio compartilha do mesmo fascínio de Rita pelos problemas propostos pela competição. “Desde a primeira edição, em 2005, fiquei encantado com a forma que a olimpíada conduzia as resoluções com dinamismo e prática, proporcionando, para mim, uma nova descoberta de ensinar a disciplina. Tomei gosto pelo desafio de criar metodologia em cima da proposta da OBMEP, gerando nos alunos o prazer pela matéria.” Pelo trabalho desenvolvido no laboratório com os alunos, Antônio foi premiado pelo Programa OBMEP na Escola durante seis anos consecutivos. “A OBMEP foi criada com intuito de promover e estimular o aluno para o estudo da Matemática, além de identificar talentos nessa área. Tudo isso contribui para a melhoria da qualidade da educação, uma vez que possibilita um número significativo de alunos brasileiros ingressando nas universidades”, afirma.

Estudantes inspiram uns aos outros na competição

Assim como Rita, muitos outros alunos da Liege Gama protagonizam histórias de sucesso na OBMEP, fruto de um trabalho focado em transformar a matemática da sala de aula em uma disciplina que gera interesse e curiosidade. Felipe Adeildo da Silva cursa o 9º ano do Ensino Fundamental na unidade e também se encantou pela matemática durante as aulas focadas na olimpíada. “As olimpíadas abriram várias portas para mim, desde uma compreensão maior na área de matemática, até a área financeira e estudantil. Oportunidades de estágio como professor em outras escolas e de estudar em escolas privadas sem necessidade de pagar mensalidade se tornaram cada vez mais comuns no decorrer dos anos”, explica.

Felipe começou a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC Jr.) como ouvinte. Acordava às 4h todos os sábados para pegar o ônibus que o levaria até Maceió, onde as aulas eram ministradas. Não demorou para que conquistasse uma menção honrosa, na 14ª OBMEP, reconhecimento que afirma ter sido fundamental para que estudasse ainda mais. Campeão na OBMEP e em outras olimpíadas de conhecimento, o aluno conta que um dos resultados mais marcantes foi a conquista da sua primeira medalha de bronze, na 15ª OBMEP. “Para o meu futuro, os planos que antes eram simples tornaram-se mais firmes. Tenho confiança naquilo que aprendi, no meu conhecimento e no que posso fazer com ele”, afirma.

A gestora geral da escola, Rosykeila Rogério Silva, frisa que a competição é um acontecimento importante no calendário da Liege Gama. “É motivador para todos eles, não só para quem se destaca na competição. Aqueles que não foram premiados também querem conseguir a medalha e ter a oportunidade de serem bolsistas do PIC. Temos alunos que começaram nas olimpíadas de matemática e foram finalistas em outras competições de ciências e língua portuguesa, então impulsiona todas as áreas”, conta, orgulhosa. Assim como os alunos, Rosykeila está  apreensiva com o resultado da 16ª OBMEP. “Ainda não chegou o nosso ouro, então estamos na expectativa que neste ano conseguiremos”, diz.